sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Resultado Primárias - Ségolène Royal




Ségolène Royal: O medo Sarkozy evita um belo sonho


Após a divulgação dos resultados, Ségolène não consegue evitar as lágrimas ao deixar seu QG


                Foram 17 milhões de votos no segundo turno da eleição presidência de 2007, a maior votação recolhida por um socialista desde 1995. São centenas de blogs, milhares de militantes ortodoxamente engajados em seus ideais nas principais redes sociais mundiais, o website político mais influente da França nos últimos anos. É extremamente calorosa sua recepção na França do Além-Mar, nos distritos, subúrbios e municipalidades mais sensíveis. No entanto, Ségolène Royal, apesar de todos os fatores acima jogando a seu favor, não ultrapassou a marca de 10% de 2,5 milhões de votos nas Primaires Citoyennes, uma imensurável decepção.

                Todo esse fracasso não representa sob nenhuma hipótese ma diminuição da popularidade de Ségolène Royal ou uma má avaliação de suas políticas voltadas a virada ecológica da sua região de Poitou-Charentes, mas um medo crescente  dos franceses em reviverem o fracasso de 2007, de terem que por mais 5 anos viverem o superpresidencialismo de Nicolas Sarkozy, o qual muitas franceses elencam Ségolène Royal como grande responsável.

                É claro que não cabe apenas a Ségolène Royal a derrota de 2007, mas seu discurso nas primárias – que pouco mudou e incorporou uma quantidade insuficiente de novas ideias em relação ao de 2007 – aproximaram a esquerda deste pensamento errôneo.


Ségolène em um encontro do MJS, seu prestígio entre os militantes socialistas deve se manter intocável


                O fator decisivo portanto, para a tão gritante quanto surpreendente derrota de Ségolène foi a sua postura ainda muito ligada a 2007, um passado recente que os socialistas franceses desejam esquecer e superar com uma grande vitória em 2012, e essa vitória, conforme claramente mostraram os franceses, não estaria a altura de Ségolène Royal. Seu acerto é de não repetir aquilo que Lionel Jospin fez há dez anos atrás na sequência da sua maior derrota (a do primeiro turno das presidências de 2002 face a Jean-Marie Le Pen), de desistir de sua careira política. O sucesso da administração de sua região, sua enorme admiração nos bairros populares são apenas dois exemplos do porquê ela deve continuar ativa no PS, pois como ensinou o mestre Mitterrand, as belas derrotas são aquelas que preparam as próximas vitórias.





Oscar Berg,

Brésil, le 13 Octobre

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