terça-feira, 18 de outubro de 2011

PS pós-primárias: Uma visão da direita

               

Resultados Primárias Socialistas
PS pós-primárias: Uma visão da direita


                No último domingo, quando o processo de escolha do candidato socialista que enfrentará Sarkozy chegou ao fim, a UMP tornou pública o seu julgamento do Partido Socialista pós-primárias como “dividido” e François Hollande como “sem experiência nacional”.
                No apagar de luzes das primárias socialistas, importantes figuras do UMP foram aos canais de televisão e às rádios para colocar em dúvida a legitimidade da vitória de François Hollande. A porta-voz do governo Valérie Pécresse disse que “estas primárias mostraram uma fratura interna no PS” entre a esquerda sectária (M. Aubry) e a esquerda mole (F. Hollande). Na mesma noite da divulgação dos resultados das primárias, mais uma vez sob as câmeras do Journal de 20 Heures da France 2, Laurent Delhahouse recebeu o número um da UMP, Jean-François Copé, que mais uma vez manteve fortes discussões com os socialistas presentes (desta vez foram Manuel Valls e Benoît Hamon, apoiadores de Hollande e Aubry, respectivamente), Copé se usou do fato de que tanto Valls (ex-candidato das primárias ligado à ala direita do PS) e Arnaud Montebourg (ex-candidato esquerdista) apoiaram François Hollande no segundo turno das primárias, para afirmar que os socialistas deveriam explicações aos franceses, já que Valls e Montebourg representavam dois infinitos dentro do partido, o que não concebia o apoio ao mesmo candidato. Ainda sobre este fato, o ministro dos transportes, Thierry Mariani, usou de seu tempo na mídia para fazer piadas: “Francamente, ver Arnaud Montebourg e Manuel Valls se dar as mãos e se auto cumprimentar em torno da mesma candidatura daria um bom filme cômico”
                Em geral a visão da UMP sobre o pós-primárias para o PS é de ter um candidato mal eleito e uma primeira-secretária desacreditada, segundo os direitistas, os 55% dos sufrágios obtidos por Hollande não dão legitimidade suficiente a ele para ser candidato a presidência e Martine Aubry não poderia retornar ao comando do partido, uma fez que falhou na sua candidatura a presidência pelo PS. Jean-François Copé calculou que François Hollande deveria ter obtido 70% para ter legitimidade suficiente, ainda mais por todos os candidatos derrotados no 1⁰ turno terem lhe apoiado, para ser o candidato a presidência. Segundo Nadine Morano, delegada geral da UMP, Martine Aubry “deveria se demitir do comando do partido”.
                Ainda sobre François Hollande, Nadine Morano diz “eu constatei também que os eleitores desta primária preferiram a inexperiência nacional e internacional de um François Hollande à ex-ministra e dama de ferro da lei das 35 horas, da qual a França tem tido dificuldades para se recuperar”.

                                 Conforme a UMP: À ela resta a demissão do PS, à ele falta legitimidade.
               O discurso da UMP é claro que não poderia ter sido diferente ao final de primárias tão contestadas por eles. As primárias continuam a tirar o sono do governo direitista francês, primeiro pelo grande engajamento de quase 3 milhões de franceses no segundo turno desta eleição, pela escolha do candidato com melhores chances de bater Sarkozy e pela abertura democrática que os socialistas obrigaram os outros partidos a entrarem, apenas para citar que na última semana a UMP decidiu internamente que seria François Fillon seu candidato as eleições legislativas em Paris, sem nenhuma consulta a seus militantes.
                Se há uma coisa na qual a direita está certa é a seguinte: “Ser candidato às primárias e ganhá-las não é a mesma coisa do que ser presidente da França” (Ministro T. Mariani), mas não se preocupe ministro, quanto a isso os socialistas já estão bem preparados.

Oscar Berg

Le Brésil, Le 18 Octobre 2011


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