Delphine Batho, demitida nesta terça-feira do Ministério da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia |
Após
criticar o orçamento de seu ministério, Delphino Batho, então ministra da
Ecologia, foi convocada ao Palácio de Matignon para uma reunião a portas
fechadas de duas horas com o Primeiro-Ministro, Jean-Marc Ayrault, e viu suas
funções serem encerradas pelo Presidente, François Hollande, através do
seguinte comunicado do Eliseu:
“Após
proposta do Primeiro-Ministro, o Presidente da República pôs fim às funções de
Delphino Batho e nomeou Philippe Martin, ministro da Ecologia, do
Desenvolvimento Sustentável e da Energia”.
Philippe
Martin, que comemorará 60 anos em novembro, é deputado na Assembleia Nacional
pelo departamento de Gers. Ele é membro do Partido Socialista (PS) e participa
da Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Ordenamento do Território da
Assembleia.
Delphine
Batho foi demitida após criticar publicamente os cortes orçamentários de seu
ministério para o ano de 2014 em uma emissão da rádio RTL: “Este é um péssimo
orçamento”. Batho foi ainda além ao propor que as seguintes questões deveriam
ser feitas: “A Ecologia é mesmo uma prioridade?” e; “Será que temos a
capacidade de passar do discurso aos atos?”. Delphine Batho era próxima de
Ségolène Royal, ex-candidata a presidência (2007) e Presidente do Conselho
Regional de Poitou-Charentes, onde empreende grandes projetos de
desenvolvimento sustentável.
O
Ministério da Ecologia é uma das pastas ministeriais que mais sofreu com o
corte orçamentário que o governo pretende realizar no próximo ano, com queda de
7% de seus créditos. A ex-ministra lamentou o corte em um momento de “decepção
com o governo”. A demissão da ministra foi comemorada em alguns círculos do PS
que vêem no ocorrido uma recuperação da autoridade do Presidente François
Hollande e do Primeiro Ministro Jean-Marc Ayrault nas decisões do governo. Os
demais partidos de esquerda, contudo, lamentaram a decisão do Presidente e
saudaram a coragem de Batho. Contudo, os verdes (EELV) decidiram, até este
momento, continuar no governo. A direita aproveitou a situação para lembrar que
Martin será o terceiro ministro da ecologia em quatorze meses de governo
(Nicole Bricq cedeu lugar à Dephine Batho na reforma ministerial após as
eleições legislativas de 2012. A Frente Nacional (extrema-direita) lamentou a “total
desinteresse do governo nas questões ambientais”.
A
expectativa é de que o novo ministro da Ecologia, Philippe Martin, possa
realizar um trabalho mais engajado, pois as questões ambientais interessam cada
vez mais os franceses e o Presidente Hollande é acusado de não dar atenção
suficiente a essa agenda.
Oscar Berg,
2 de julho de 2013.
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