quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os 500 mais ricos da França, 25% mais afortunados em um ano

Com uma fortuna de 24 bilhões de euros Bernard Arnault é o homem mais rico da França

Apesar da grave crise econômica que abala a zona do euro, os 500 franceses mais ricos não têm do que se queixar, pois sua fortuna cresceu em média 25% no ano passado, conforme a revista Challenges a ser publicada na próxima quinta-feira.

A riqueza acumulada pelas 500 maiores fortunas francesas alcançou a soma de 330 bilhões de euros, o maior valor registrado pela classificação “500” da revista desde a primeira publicação, em 1996. O montante acumulado pelos ricaços franceses equivale a 16% do PIB da França e é maior que o PIB de Colômbia e Venezuela, respectivamente 34º e 35º países mais ricos do mundo, conforme o FMI (2011).

O grupo compreende 55 bilionários, 10 a mais do que no ano passado, o menor patrimônio do ranking é 64 milhões de euros. O líder do ranking é Bernard Arnault, CEO do conglomerado de luxo LVMH, que detém 24,3 bilhões de euros, 3,1 bilhões a mais do que no ano passado. O segundo lugar pertence à herdeira da L’Oréal, Liliane Bettencourt (23,2 bilhões de euros, aumento de 7,9 bilhões em relação ao ano anterior). Completam o Top 10, Gérard Mulliez (Grupo Auchan, € 19 bilhões), Bertrand Puech (Hermès, € 17,4 bilhões), Serge Dassault (Indústrias Dassault, € 12,8 bilhões), François Pinault (Kering, € 11 bilhões), Vincent Bolloré (Grupo Bolloré, € 8 bilhões), Pierre Castel (Indústria de bebidas Castel, € 7 bilhões), Alain Wertheimer (Chanel, € 7 bilhões). Xavier Niel, fundador da operadora de telefonia Free, fecha o Top 10 com fortuna de € 5,9 bilhões, ele entrou no ranking “500” em 2003, quando possuía uma fortuna de “apenas” 80 milhões de euros. Apesar do forte crescimento médio do ranking, a família Peugeot, tradicional freqüentadora do Top 10, teve sua fortuna reduzida em 70% nos últimos dois anos. O setor automobilístico é um dos mais afetados pela crise.

Paradoxo

Enquanto que as 500 maiores fortunas francesas cresceram 25% em um ano, a economia francesa não vai nada bem. A taxa de desemprego atingiu alarmantes 10,4% no primeiro semestre desse ano (0,3% a mais que no semestre anterior) e instituições como o FMI julgam muito difícil da França reverter a curva de crescimento do desemprego até o final do ano, conforme objetivo do Presidente François Hollande. Em relação ao crescimento da economia, enquanto o Presidente Hollande acredita que a França possa crescer 0,1% nesse ano, os especialistas do FMI afirmam que a França entrará em recessão e a recuperação será modesta até 2015. O crescimento das grandes fortunas certamente trará novamente à tona a proposta do governo de um imposto de 75% para rendas superiores a 1 milhão de euros, proposta de campanha de François Hollande e julgada de inconstitucional pelo Conselho Constitucional (O bilionário Bernard Arnault anunciou que pediria a cidadania belga para escapar da taxa Hollande caso ela dosse aprovada). O cenário de crescimento das desigualdades na França poderá auxiliar o crescimento do partido Frente Nacional, que já recebe grande apoio entre as classes mais desfavorecidas.

Oscar Berg,

10 de julho de 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário