Veja algumas reações dos políticos franceses sobre a morte de Hugo Chávez
Franceses simpatizantes de Chávez se reúnem em frente a estátua de Simon Bolívar para homenagear o líder morto |
Victorin Lurel, ministro da França Ultramarítima, que
representou o governo francês no funeral do Presidente Venezuelano, Hugo Chávez,
recusou chamar o líder do Socialsmo Bolivariano de ditador: “Eu digo, e isto
pode me ser censurado, que o mundo ganharia em ter muitos ditadores como
Chávez, pois julga-se que ele tenha sido um ditador. Ele, por quatorze anos,
respeitos os direitos humanos”, declarou às rádios RTL e Europa 1.
Victorin Lurel, Mnistro da França Ultramarítima, representou os franceses no funeral de Chávez |
Continuando seu compte-rendu
emocionado, o ministro francês afirmou que Chávez era ao mesmo tempo De Gaulle
(militar francês, líder da Resistência externa na II Guerra Mundial e fundador
do gaullismo, uma ideologia política francesa de direita) e Léon Blum (Primeiro
socialista a ser nomeado chefe de governo na França): “De Gaulle pois ele Chávez
mudou profundamente as instituições e então Léon Blum, quero dizer a Frente
Popular [Partido de Esquerda que venceu as eleições de 1936 reunindo
socialistas, radicais de esquerda e comunistas], porque ele lutou contra as
injustiças.”
Mesmo que o ministro francês classifique a prática de
embalsamar o corpo do ex-presidente de pertencente “a outra época” (lembremos
que Lênin é uma das grandes figuras embalsamadas mundo a fora), ele revelou ter
ficado impressionado pela preparação do corpo de Chávez: “Ele parecia jovem, em
ótimo estado, estava sereno, como podem estar as feições de alguém morto”.
Ainda, segundo o ministro, via-se um Chávez “que não estava bochechudo, como se
percebia desde sua doença”.
François Hollande
celebra o líder que marcou a história da Venezuela
No dia da morte do líder Venezuelano, o presidente
francês, François Hollande, enviou uma carta apresentando seus sentimentos ao
povo venezuelano. Hollande declarou que “O Presidente morto exprimia além de
seu temperamento e de orientações que nem todos concordavam, uma imensa vontade
de lutar pela justiça e pelo desenvolvimento”. Para o presidente francês, Hugo
Chávez “marcou profundamente a história de seu país”.
“Chávez nunca irá
morrer”
Se François Hollande não repetiu a mesma emoção de seu
ministro Victorin Lurel em seus comunicados, é um outro antigo postulante à
presidência francesa, Jean-Luc Mélenchon, que reivindica uma forte ligação à
Venezuela de Hugo Chavez.
A admiração de Mélenchon por Chávez começou quando o
esquerdista francês participou do Forum Social Mundial em Caracas, em 2006
(Mélenchon era uma figura constante nos Fóruns realizados em Porto Alegre, e um
nome conhecido da esquerda gaúcha). No dia da morte do líder Venezuela,
Mélenchon – co-presidente da Frente de Esquerda, partido que reúne o PCF e o
Partido de Esquerda, fundado por ele – organizou uma homenagem a Chavez nos pés
da estátua de Simon Bolívar em Paris, ao curso da qual, Mélenchon declarou que “Chávez
nunca irá morrer”.
Jean-Luc Mélenchon com Hugo Chávez (acima à esquerda) e discursando na noite de homenagens ao líder venezuelano em Paris (acima) |
Militantes pró-Assad compareceram na noite de homenagens à Hugo Chávez |
Esse evento representa a essência do chavismo: uma
vontade incessante de lutar pela justiça social, defender os mais pobres e
criar meios para que estes ascendam à uma vida digna, mas também uma
ambivalência marcada pelo apoio à regimes ditatoriais e uma determinação em
controlar os meios de comunicação venezuelanos. Como uma homenagem a Chávez,
faço uso das palavras de François Hollande: Homenageio aquele Hugo Chávez que
transformou seu país e lutando contra a pobreza, marcou profundamente a
história venezuelana, sem, no entanto, concordar com todas suas práticas.
Oscar Berg
Le 9 mars 2013
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