Sciences Po de Paris, uma das melhores universidades franceses |
Assim que chegou à presidência
francesa em maio de 2012, François Hollande prometeu melhorar a situação dos
estudantes estrangeiros na França e, sobretudo, através do cancelamento da
“Circular Guéant” que dificultava o acesso dos estudantes estrangeiros ao
mercado de trabalho francês.
Em
uma visita a Cité Internationale
universitária de Paris em 16 de abril, os ministros do Interior (Manuel Valls)
e do Ensino Superior (Geneviève Fioraso) anunciaram algumas medidas para
melhorar o acolhimento à estudantes estrangeiros nas universidades francesas.
A
ministra do ensino superior declarou que a França se encontra em uma situação
“frágil” em matéria de recepção de alunos estrangeiros. Recentemente, o país
passou da 4º a 5º colocação entre os países que mais recebem estudantes
estrangeiros. Manuel Valls declarou que “Para ser relevante no mundo de amanhã,
a França deverá saber atrair os melhores estudantes, os melhores pesquisadores,
os melhores cientistas, isso diz respeito à nossa competitividade”.
Para
simplificar a vida dos estudantes estrangeiros, os ministros anunciaram uma
generalização do titre de séjour – visto
para residência na França – plurianual aos estudantes de acordo com a duração
de seus estudos, evitando a sua renovação anual junto às Prefeituras. Faz parte
do plano dos ministros ainda, aproximar prefeituras e universidades para que
melhor coordenar o acompanhamento dos alunos estrangeiros.
Da
mesma forma, o governo francês deseja facilitar o acesso dos melhores alunos
estrangeiros ao mercado de trabalho francês, o que fora restringido pela
“Circular Guéant” durante a presidência de Sarkozy. Desde a chegada de François
Hollande ao poder essa circular do Ministério do Interior foi anulada.
Os
ministros negaram que o governo pense em aumentar as taxas de inscrição nas
universidades para os alunos estrangeiros. Ainda segundo os ministros, taxas de
inscrição mais baixas é um trunfo para a França atrair estudantes asiáticos e brasileiros
que não conseguem financiar seus estudos nos Estados Unidos ou no Reino Unido.
O objetivo da França é exatamente diversificar a origem geográfica de seus
estudantes estrangeiros, atraindo, em especial, um maior número de jovens
estudantes e pesquisadores de países emergentes. Nesse sentido, a Assembleia
Nacional Francesa começará a analisar em 22 de maio um novo projeto de lei
sobre o Ensino Superior e a Pesquisa que legaliza aulas e cursos em língua
estrangeira.
Em
2011, a França contava com cerca de 290.000 estudantes estrangeiros, o que
representa 12,3% do total de estudantes no país do Hexágono. A proporção de
estudantes estrangeiros aumenta conforme o nível de especialização dos estudos.
No doutorado, a proporção chega à 41% de alunos estrangeiros.
As informações são da rubrica
política do jornal Libération
Oscar Augusto Berg,
Brésil, le 23 avril 2013
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